
Fetiche é uma daquelas palavras interessantes...
Em português "feitiço" era o nome dado a um objecto de fabrico pelo homem com propriedades sobrenaturais, ou com poder sobre as outras pessoas. Tome-se como exemplos os bonecos voodoo ou as máscaras tribais africanas.
Alfred Binet, psicólogo francês e inventor do teste de QI, cunhou à letra a palavra fétiche (um bocado como nós fizemos com o sutiã) comparando a aproximação erótica que certas pessoas tem a certos objectos à idolatração dos "feitiços".
E assim nasceu a palavra fetiche, re-cunhada do francês. Giro, não?
Mas enfim, passando à frente...
Um fetiche é a excitação aumentada por um objecto ou parte do corpo em particular, normalmende chamado de "tara", mas não exclusivo nem limitativo.
Tome-se como exemplo a tara por enfermeiras. Embora seja um "objecto" excitante, o homem não se limita a pinocar só com enfermeiras, nem se excita só quando está com uma enfermeira. A roupa de enfermeira torna-se só um complemento à acção em si, um toque de pimenta, por assim dizer.
Uma paralagnia, vindo do grego lagnia para luxúria, limita a atracção sexual a um objecto ou situação particular. Pegando no exemplo acima, o homem (sim, que estas coisas normalmente são só pros homens) só consegue... consumar o acto... com enfermeiras, ou pelo menos falsificações convincentes.
Por último uma parafilia é um distúrbio profundo e limitativo, vindo do grego philia significando amizade, que limita não só o comportamento sexual mas também o comportamento emotivo em relação a um objecto/pessoa/situação/etc.
Pegando novamente nas enfermeiras, o homem não só estaria sexualmente limitado à enfermeira como só conseguiria uma relação amorosa (paixão, casamento e isso tudo) com uma enfermeira.
De notar que este sufixo tem sido cada vez mais usado nos tempos modernos, sendo que já há muitas filias que não são tão limitativas, mas originalmente a explicação era esta.
Quem é que disse que nunca se aprende nada neste blog, hein?
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